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terça-feira, 9 de março de 2010

Grandes tremores







Desde o início do ano o tema terremotos faz parte do cotidiano de quem assiste e acompanha os noticiários pelo mundo. O terremoto no Haiti em janeiro deste ano promoveu uma grande sensibilização diante do clima de destruição que acometeu o país de população pobre com número elevado de vítimas. No último dia 27 de fevereiro, foi a vez do Chile sofrer com um terremoto de magnitude 8.8 graus na escala Richter, promovendo grande destruição, seguido por tremores a semana inteira. 
Já no último dia 3 deste mês, foi a vez de Taiwan mais uma vez sentir os tremores.
Estes registros também foram feitos no Brasil nos laboratórios de sismologia. No Rio Grande do Norte, o laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), coordenado pelo sismólogo Joaquim Ferreira, registra principalmente os tremores que ocorrem no Estado e na região Nordeste.

É o coordenador quem explica que, na verdade o número de terremotos verificados nos últimos dias não é maior ou menor do que no passado.
"Os tremores só são notados em áreas povoadas. No entanto, todos os dias são registrados terremotos em vários lugares do mundo, sendo que de magnitude acima de 8 pelo menos uma vez ao ano e acima de 7, pelo menos 20 por ano", explica Joaquim.
O terremoto acontece porque a terra movimenta as suas placas tectônicas, lenta e continuamente sobre uma camada de rocha parcialmente derretida, ocasionando um contínuo processo de pressão e deformação nas grandes massas de rocha. Quando duas placas se chocam ou se raspam, elas geram um acúmulo de pressão que provoca um movimento brusco. Os terremotos ocorrem ao longo de falhas, quando a energia acumulada por essa pressão é liberada.
"A intensidade vai depender da distância do epicentro, da profundidade do cismo sob o solo e das construções existentes nos locais", ressalta o sismólogo.
Esses tremores podem ser classificados conforme a sua intensidade, principalmente pela escala Richter, que determina a largura das ondas.

A escala de Richter não tem limite máximo. De forma geral, terremotos com magnitudes de 3.5 ou menos são raramente percebidos; de 3.5 a 6.0 são sentidos e causam poucos danos; entre 6.1 e 6.9, podem ser destrutivos e causar danos em um raio de cem quilômetros do epicentro; entre 7.0 e 7.9, causam danos sérios em áreas maiores; e de 8 em diante são destrutivos em centenas de quilômetros.

O sismólogo Joaquim Ferreira explica ainda que quanto menor a profundidade, maior será o efeito do tremor. Mas, apesar de todos os esforços dos cientistas, ainda não há como se prever grandes terremotos. O que se sabe é que determinados países são mais suscetíveis a terremotos por se localizarem entre placas ou nos limites das placas tectônicas. É o caso da China, interior dos Estados Unidos e do Chile, que já foi atingido por vários terremotos, inclusive um de magnitude 8.7 ocorrido em 1960. O país já possui construções mais resistentes devido à frequência dos tremores, mas, mesmo assim, quando a intensidade é alta, não se pode conter a destruição (Veja a tabela sobre a intensidade dos tremores na escala Richter).

No Brasil
O Brasil fica em cima de uma grande e única placa tectônica, ao contrário de outros países como os Estados Unidos e Japão. Mesmo assim, as pequenas falhas ou rachaduras causadas pelo desgaste na placa tectônica podem provocar pequenos tremores.
O Nordeste está numa área mais propícia a pequenos tremores. E o Rio Grande do Norte, todos os dias, é alvo de tremores que não são percebidos.
"Registramos todos os dias pelo menos dez microtremores no nosso Estado. São tremores de baixa intensidade, imperceptíveis", explica o sismólogo. 

A cidade Mossoró, segundo ele, não registra tremores. Isso porque a cidade está inserida dentro da chamada Bacia Potiguar e os sismólogos não sabem porque essa região não é afetada pelos cismos. Já as cidades que ficam na borda da bacia potiguar são afetadas, como é o caso da cidade de João Câmara. "Mossoró só poderia sentir algum dos efeitos de um terremoto se houvesse tremores com epicentros em Fortaleza e Natal", completa o sismólogo.

Rede sismográfica
O laboratório de Sismologia da UFRN atualmente trabalha com sismógrafos em estações no RN e em Pernambuco. Até o segundo semestre deste ano, o laboratório deve viabilizar em parceria com a Petrobras uma Rede sismográfica do Nordeste.
"Vamos instalar estações permanentes do Sul da Bahia até o Piauí com espaçamento médio de 250 a 200 quilômetros. Isso permitirá um monitoramento mais preciso e a intensidade de tremores nos estados nordestinos. Vamos identificar qualquer cismo de magnitude 2 em epicentro preliminar", completa Ferreira.

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