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segunda-feira, 15 de março de 2010

Mais 20 PresosTransferidos de Rondônia para Mossoró, integravam quadrilhas especializadas





















 Criminosos de alta periculosidade foram transferidos do Sistema Penitenciário do Estado de Rondônia para a unidade federal de Mossoró. Os vinte detentos já tinham sido removidos de um penitenciária de Rondônia para o presídio federal na capital Porto Velho, em caráter de urgência, por desestabilizarem o sistema carcerário daquele estado. Os presos transferidos, acusados de tráfico, formação de quadrilha, execuções e extorsão comandavam rebeliões e motins nas unidades prisionais da região e integravam quadrilhas especializadas em assalto, tráfico e execuções. 

O avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira com os 20 presos vindo da região Norte do país teria embarcado no início da manhã da ultima sexta-feira 13/03, por volta das 06h00, da Base Aérea de Porto Velho, sob um forte esquema de segurança com o acompanhamento de 20 agentes penitenciários federais e policiais federais. A aeronave, que parou em Fortaleza para abastecer, aterrissou no Aeroporto Dix-Sept Rosado em Mossoró às 18h45. Cerca de 20 agentes penitenciários federais e policiais federais estavam na entorno da pista de pouso fortemente armados de fuzis. Uma viatura da PF ficou patrulhando as imediações do aeroporto. Um microônibus e uma van foram utilizados para conduzir os detentos algemados para o presídio escoltados por duas viaturas federais e uma ambulância. 

Os presos removidos por determinação judicial respondem por tráfico de drogas, assaltos e homicídios e são considerados líderes de motins e rebeliões. As transferências, autorizadas pelo juiz federal corregedor do presídio de Mossoró, Ivan Lira, que acatou a solicitação da Secretaria de Segurança Pública de Rondônia, teve o objetivo de evitar uma possível rebelião na penitenciária estadual de Porto Velho. "Eles estavam fazendo motins lá. Quanto mais distantes e em local seguro eles estiverem melhor para desmontar as organizações criminosas", disse o diretor da penitenciária federal de Mossoró, Kércio Silva Pinto.

Foram transferidos: Clodoaldo Ângelo Pereira, vulgo "Kodó"; Denis Dutra; Edmilson Carlos da Silva; Edson Carvalho; Edson Nogueira Lopes; Eliandro Felipe de Arruda; Gilberto Silva; Josivaldo Salvador dos Santos; Júlio César Lopes; Cindomar Sonebergue de Carvalho; Luan Gleidson Carvalho de Oliveira; Natal Levis; Nyvelsino Domingos; Ramilton Pereira Rodrigues (homicídio); Renato Augusto Pereira (homicídio e tráfico de droga); Roberto Martins Leandro; Sebastião da Cruz Santiago (crime contra o patrimônio e furto mediante concurso de duas ou mais pessoas); Sidney de Oliveira; Thiago Cândido de Castro (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, formação de bando e extorsão mediante violência); e Valdir Oliveira da Silva Júnior (tráfico de droga e crime contra o patrimônio). 

Os apenados pertencentes ao crime organizado tinham sido transferidos de uma penitenciária na cidade de Cacoal (RO) para o também recém inaugurado presídio federal de Rondônia, em caráter emergencial, ao ser descoberta e abortada uma rebelião planejada pelos detentos. Os presos ocupavam os 10% mínimos obrigatórios de vagas para atender situações de urgência porque o Sistema Prisional de Porto Velho está com a capacidade máxima e não poderia comportar os criminosos. Como era emergencial, eles não podiam permanecer. Foram aceitos temporariamente pelo juiz federal responsável por aquele presídio com a condição de que seria articulada a transferência para o presídio de Mossoró que ainda disponibiliza de vagas remanescentes.

O Sistema Penitenciário Federal que coordena a inclusão de presos no presídio de Mossoró tenta realizar as transferências da forma mais discreta possível para não causar apreensão. No entanto, esse modo operante foi quebrado com a atitude da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro de divulgar a transferência de presos cariocas de alta periculosidade. 

Migração de Comparsas 

Para quem teme a migração de comparsas dos criminosos para cidades-bases de um presídio federal, um alento: eles não ficam até cumprir a sentença. A cada seis meses é feito um rodízio de presos entre os presídios federais. Para não criar vínculos, raízes. 

Se a intenção do tráfico é a questão econômica, eles não vão ficar jogando dinheiro fora investindo em cidades onde estão presos temporariamente. Os 20 detentos de Rondônia vão ficar na penitenciária de Mossoró por um período de um ano e depois devem ser transferidos para outro local prisional. O diretor do presídio de Mossoró, Kércio Pinto, disse não ter conhecimento dos boatos sobre a suposta instalação de familiares dos presos na cidade. Ele garantiu que é feito um monitoramento das pessoas próximas aos detentos. 

Segurança Máxima

O diretor do presídio federal de Mossoró, Kércio Silva Pinto, ao ser questionado se os presos não representam perigo para a população de Mossoró, disse que "as pessoas podem ficar tranquilas, pois não há riscos". "As celas são individualizadas e todo contato com o mundo externo é eliminado, de modo que, é impossível qualquer rebelião em um presídio federal", assegurou. "Cada ala comporta apenas 13 detentos, os detentos das alas não têm contatos. Temos dois aparelhos de raio-x e todas as pessoas são revistadas. Com isso, eliminamos possibilidade de celular, drogas ou qualquer material entra no presídio", concluiu Kércio.

Despesas

O custo mensal de cada preso no sistema penitenciário federal é quatro vezes maior do que de um detento em penitenciária estadual. Segundo levantamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o governo gasta R$ 4,8 mil por indivíduo no sistema de segurança máxima, enquanto que a média no país é de R$ 1,2 mil. Para Airton Aloísio Michels, diretor do Depen, o levantamento de gastos inclui alimentação, manutenção da unidade prisional, investimentos tecnológicos de segurança e até a construção de novas unidades. "A diferença é que no sistema de segurança máxima federal o custo é fixo e a garantia de que não haverá fugas é atestada. O preso no sistema federal é mais caro, mas, por outro lado, não há rebeliões, registro de fugas, superlotação e reincidência criminal."




Publicado no Dia 13/03/2010
Fábio Vale
http://www.correiodatarde.com.br


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